“O monstro de
Amstetten”
Josef Fritzl
manteve sua filha Elisabeth presa no porão de sua casa, na cidade de Amstetten
da Áustria, durante 24 anos, de quem ele abusava sexualmente desde os 11 anos,
gerando 7 filhos.
Josef era filho único. A sua mãe, Rosa, sofria de deficiência e ele cresceu praticamente sem pai, já que Franz Fritzl estava no exército. Ela vivia sozinha, depois de se ter divorciado de Franz, quando Josef tinha 4 anos, um acontecimento escandaloso na pequena e tradicional cidade austríaca, Linz.
Os amigos da
escola relembram um rapaz tão pobre que os outros pais davam comida à mãe de
Fritzl. Josef cresceu na época do nazismo, o que implicava disciplina e
autocontrole. Sua mãe o ensinava sobre disciplina e os valores do trabalho
árduo, mandando-o para uma boa escola para que aprendesse uma profissão.
Tem-se
especulado sobre a possibilidade de haver algo pouco saudável na relação entre
ambos, algo que Josef nega. “É um
disparate completo dizerem que a minha mãe se aproveitou sexualmente de mim. A
minha mãe era respeitável, extremamente respeitável. Amava-a sem limites. A
minha reverência por ela era total. Contudo, isso não significa que houvesse
mais alguma coisa entre nós. Nunca houve e nunca teria havido.”.
Contudo, quando
lhe perguntaram se alguma vez fantasiou uma relação com a mãe, respondeu: “Sim, provavelmente... Mas eu era um homem
muito forte, provavelmente tão forte como a minha mãe, e, consequentemente, era
capaz de controlar os meus desejos.”.
Sabe-se agora
que nos últimos anos de vida da sua mãe, Josef fechou-a num quarto e cobriu a
janela com tijolos para se vingar dos espancamentos de que foi alvo.
Josef Fritzl
era dono de um patrimônio avaliado em 3 milhões de euros no número 40 da rua Ybbsstrasse,
na cidade de Amstetten, Áustria. Investia muito em seus prazeres e aparência, se
vestindo sempre muito bem com roupas de marcas e sapatos feitos a mão.
Aparentemente era uma pessoa gentil, reservada e educada.
Casa dos Fritzl
"Josef falava do tempo e de assuntos
ligados à atualidade quando vinha à padaria. Lembro que ele se disse chocado
pelo caso Kampusch" (jovem sequestrada durante oito anos no porão de
uma casa perto de Viena, de onde fugiu em agosto de 2006), disse o padeiro.
Josef teve o
primeiro encontro desagradável com a polícia aos 24 anos, depois de uma queixa
de atentado ao pudor. A polícia relatou que Fritzl passou desse delito à
violação de pelo menos duas mulheres em Linz, onde trabalhava na década de
1960. Uma das mulheres, porém, resolveu não prosseguir com a queixa.
Nos anos 60,
ele trabalhou pelo gigante da siderurgia Voest na Áustria, que o contratou,
segundo a imprensa, apesar de uma pena de prisão por tentativa de estupro e
exibicionismo.
Entre 1969 e
1971, Fritzl trabalhou para a Zehetner, uma empresa de materiais de construção
em Amstetten, onde o descreviam como “trabalhador
inteligente e bom técnico”. No entanto, já nesse tempo mostrava tendência
para a perversão sexual.
Proprietário de
vários apartamentos, aos quais alugava, o austríaco era considerado um homem de
negócios respeitável na área imobiliária. Josef também teve um restaurante nos
anos 70. O estabelecimento foi destruído pelas chamas e ele foi condenado por
incêndio voluntário e fraude do seguro.
Desde então,
esta condenação e a precedente foram eliminadas de sua ficha, que estava limpa
em 1994, ano em que as autoridades de Amstetten permitiram a adoção de seu
primeiro "neto".
Elisabeth, quarta filha de Josef
com Rosemarie, era a mais bonita das filhas de Fritzl quando se tornou vítima
do pai. Com uma aparência tipicamente austríaca, maçãs do rosto salientes,
olhos bem desenhados e um sorriso inocente. Sempre foi a menina dos seus olhos.
Elisabeth Fritzl
O que começou como um excesso
deliberadamente cruel de disciplina e castigo, tornou-se uma fixação sádica:
Fritzl começou a agredir sexualmente a filha. Elisabeth tinha 11 anos quando
foi estuprada pelo pai pela primeira vez. Ela ficou tão aterrorizada e
envergonhada que não teve coragem de revelar o que ocorreu para a mãe.
Durante sua adolescência,
Elizabeth fugiu diversas vezes de casa, mas Josef sempre a perseguia armado e
depois a estuprava. Josef a violava sem aviso, no carro e em caminhadas pela
floresta. Quando Elisabeth se tornou mais velha e começou a mostrar os
primeiros sinais de se tornar mulher, Josef tornou-se assustadoramente
possessivo em relação à filha.
Elisabeth Fritzl
No dia 28 de agosto de 1984, o engenheiro
eletricista austríaco foi ao quarto da filha Elizabeth, que tinha quase 18
anos, e mandou que o seguisse. Com um lenço encharcado éter, ele sedou a menina,
algemou e aprisionou no porão da casa em que vivam.
Vista da casa de cima
Desenho da Casa vista de lado
A prisão de Elisabeth ficava na casa da família, um prédio de 3 andares. O porão começa no subsolo do prédio, mas o cárcere avança pelo jardim dos fundos, com menos 60m² divididos em três cômodos interligados por uma estreita passagem de 60cm de largura.
Corredor que interliga a cozinha com o quarto
Josef planejou durante seis anos
o cativeiro subterrâneo. Ele obteve a primeira permissão para iniciar a
ampliação da casa da família em 1978, quando Elisabeth tinha apenas 12 anos,
sob a justificativa de construir um abrigo nuclear.
Quando Elisabeth foi presa, o
reduto tinha 20 metros quadrados, um lavabo, um banheiro e uma cozinha. A medida
que os filhos, frutos do incesto, foram nascendo, o lugar foi ganhando cômodos.
Josef obrigava Elisabeth a auxiliar na escavação do lugar.
Banheiro e Cozinha
O primeiro cômodo com duas camas
de solteiro, no meio um banheiro com chuveiro e uma espécie de cozinha e no
ultimo um quartinho com uma cama de casal e TV. Um cano fornecia a ventilação e
algumas partes não tinha mais que 1,70mts.
Acesso aos cômodos
Banheiro
Imagens variadas do Porão
Fritzl escondeu a entrada do cativeiro e somente ele sabia o código secreto e o acesso era feito por uma porta de concreto de 300kg à prova de som. Nenhuma janela, paredes úmidas e muitos ratos, que Elisabeth caçava com as próprias mãos.
Esquematização do Porão
Durante a primeira semana encarcerada, Elisabeth ficou amarrada no escuro e gritou até perder as forças, mas ninguém podia ouvi-la. Ela permaneceu algemada por 9 meses, por uma corrente que a permitia somente ir ao banheiro.
Josef só retirou as algemas e
as correntes porque elas dificultavam o sexo. Para eliminar qualquer tentativa
de fuga, Josef instalou oito portas, três delas equipadas com dispositivos
eletrônicos de fechamento com combinações que somente ele conhecia.
Para não levantar suspeitas,
Josef denunciou o desaparecimento da filha, dizendo suspeitar que ela tenha se
unido a uma seita. Elisabeth foi procurada por toda a Áustria. Um mês depois a
família recebeu uma carta escrita por Elisabeth, a mando do pai, onde ela pedia
aos pais para que não a procurassem mais, dando um fim às buscas.
Nos anos que se seguiram após ter
sido aprisionada pelo pai, Elisabeth foi constantemente abusada e deu à luz
sete crianças, sem qualquer auxílio médico. Nos primeiros nove anos de
cativeiro, Elisabeth ficou grávida e deu à luz três filhos. Para o primeiro dos
partos, em 1988, teve a ajuda de uma manta não esterilizada, tesouras sujas e um
livro de preparação ao parto.
Elisabeth vivia sob constante
ameaça de morte. Josef havia ameaçado atacar Elizabeth e os filhos com gases,
dizia que o porão se encheria de gás caso tentassem escapar ou algo lhe
acontecesse.
Em 1996, ela deu à luz a gêmeos,
mas um deles morreu depois de 3 dias e teve o corpo queimado pelo pai-avô na
estufa, onde ele também queimava o lixo produzido por eles. O sobrevivente
recebeu o nome de Alexander.
Elisabeth vivia enclausurada com
três de seus filhos, que nunca haviam visto a luz do sol. Quando foram
resgatados, era um menina de 19 anos e mais dois meninos, um de 18 anos e outro
de 5 anos. Seus outros três filhos, duas meninas e um menino, foram tirados do
porão com poucos meses de vida e deixados por Josef na porta da casa da
família, junto com cartas escritas por Elisabeth pedindo aos pais que cuidassem
dos bebês, como se Elisabeth os tivessem abandonado.
Em 1993 é deixada a primeira
criança. Na carta de 1993, Elisabeth diz aos pais que já é mãe de uma menina,
Kerstin, e de um menino, Stefan, e que não poderia tomar conta de Lisa, então
com 9 meses.
Rosemarie (Mãe de Elisabeth) e Lisa ainda criança
Em 1994 é deixada no local
Monika, de 10 meses. Josef teria ligado para a esposa, imitando a voz de
Elisabeth, pedindo para que a mãe cuidasse de sua filha. Em 1997, Alexander com
1 ano e 3 meses também é deixado na porta da casa. Em uma das cartas Elisabeth
havia sido obrigada a escrever que “com sua avó e seu avô, a criança ficará
melhor do que comigo.”. A mãe de Elisabeth nunca desconfiou.
Em Janeiro de 2003, Elisabeth
escreve novamente para a família, para informar que deu a luz a um novo filho,
Felix, em 16 de Dezembro de 2002.
Quando Josef violentava
Elisabeth, ele trancava os filhos no outro quarto. Elizabeth conseguia roupa,
sabão e comida através do pai. Ela também só teve acesso a dois tipos de
remédios: para dor de cabeça e para dor de dentes.
Josef ia ao cativeiro todas as
manhãs, exceto quando viajava, para levar água e comida que comprava nas
cidades próximas, para não ser visto. Ele impedia que qualquer pessoa de sua
família lhe fizesse perguntas sobre onde ele esteve ou o porquê de não ter
passado a noite em casa.
No dia 19 de Abril de 2008 o caso
começa a ser descoberto.
A investigação se deu início
depois que Kerstin, a primeira filha que Elisabeth teve com o pai, foi
internada na unidade de tratamento intensivo em condições críticas. Era a
primeira vez em seus 19 anos de vida que a garota saia do porão da casa. A
filha de Elisabeth saiu do porão inconsciente e tinha convulsões
constantemente. Josef inventou a história de que a menina havia sido deixada na
porta da casa com um bilhete de Elisabeth pedindo por ajuda médica.
Os médicos não identificaram as
causas do inchaço na cabeça da menina, percebem que ela não possuía marcas de
vacinas e que nunca recebeu nenhum tratamento médico. Também constataram a
ausência da vitamina D, que precisa de luz pra ser absolvida pelo organismo.
Suspeitaram de uma doença típica de incesto. Os médicos desejam ver a mãe da
menina para fornecer mais detalhes sobre seu histórico clínico.
Da prisão subterrânea, Elisabeth
vê os apelos dos médicos pela televisão e convence o pai a levá-la até a filha.
Em determinado momento, Fritzl teria
libertado Elisabeth e os dois filhos que viviam com ela no porão, dizendo à sua
mulher que a filha desaparecida desde 1984 havia decidido voltar para casa. A
polícia aguardava Elisabeth e Josef perto do hospital onde a filha de 19 anos
estava sendo tratada.
Hospital onde Kerstin foi internada
Quando Elisabeth, com então 42
anos, deixou a prisão imposta pelo pai durante 24 anos, ela tinha todos os
cabelos brancos, todos os dentes careados e o rosto muito arranhado. Ela tinha
a cor da pele descrita como um branco acinzentado, da cor de um cadáver.
As crianças sabiam andar e falar
e Elisabeth os ensinaram a ler e escrever o que sabia. Eles tinham a aparência
sofrida, não possuíam músculos no corpo e, apesar da altura do teto, eles não
eram corcundas.
Elisabeth não queria falar. No
início a polícia a ameaçou, alegando que ela havia omitido socorro à filha,
depois prometeu que ela nunca mais veria o pai. Elisabeth concordou em fazer um
relato à polícia após receber garantias de que não teria outros contatos com o
pai e então a verdade veio à tona. O depoimento de Elisabeth levou mais de duas
horas e disse não querer ver o pai nunca mais.
No dia seguinte, a polícia disse
que os investigadores encontraram o local onde Elisabeth ficou aprisionada. Em
26 de Abril de 2008 o caso é totalmente descoberto e Josef é detido pela
polícia, admitindo ter prendido a filha e cometido incesto.
Rosemarie, mãe de Elisabeth e esposa
de Josef com quem ele teve outros 7 filhos, aparentemente não tinha ideia do
que estava acontecendo, nunca soube de nada e não tinha conhecimento do porão...
Havia ficado inconsolável e foi submetida a uma avaliação psiquiátrica. Quando
reencontrou a filha, Rose disse “Não acredito
que está livre. É realmente você?”.
Exames de DNA foram feitos e não
foi encontrado o de mais ninguém no porão, além do de Josef, Elisabeth e os
filhos. Josef sempre vetou totalmente o acesso ao porão.
Rosemarie e Josef Fritzl
Kerstin continuou internada, em
coma induzido. A menina acordou do coma em Junho do mesmo ano e seus primeiros
pedidos foram: assistir a um show do cantor britânico Robbie Williams e
velejar. Para evitar o choque com a realidade, os médicos tiveram que simular o
cativeiro na clínica onde os irmãos foram internados na época.
Ao se reunir com seus filhos
depois de anos encarcerada e sem poder vê-los, Elisabeth os abraçou e disse: “Meus filhos! Vocês são tão bonitos!”.
Fotografia de Lisa aos 15 anos
O julgamento de Josef Fritzl teve
início no dia 16 de março de 2009 e durou quatro dias no total. Calcula-se que
ao longo de 24 anos ele tenha estuprado Elisabeth mais de três mil vezes.
Josef se escondeu atrás de uma
pasta, para evitar que os jornalistas o fotografassem, uma atitude que, segundo
seu advogado, é porque ele se sentia envergonhado. Também se recusou a
responder as perguntas dos jornalistas.
Josef escondendo o rosto
Outra vítima, que afirmou ter
tido medo e vergonha na época para apresentar queixa, tomou coragem depois de
ver a história de Elisabeth e acusou Josef de tê-la estuprado, afirmando estar
100% segura de que foi Josef quem a violou, em Setembro de 1967, quando ela
tinha 20 anos. "Nunca vou esquecer
aqueles olhos. Senti os lençóis serem puxados para trás. Ele me disse: 'Se
fizer um ruído, te mato!' Então me violentou em minha própria cama."
O engenheiro eletricista
austríaco Josef Fritzl confessou ter mantido aprisionada sua própria filha,
Elisabeth Fritzl, em um porão sem janelas por 24 anos e também admitiu ser pai
dos sete filhos que ela teve, comprovadamente, através de testes de DNA, frutos
do incesto. Negou a acusação de assassinato no caso da morte de um garoto
recém-nascido no cativeiro.
Cronologia do nascimento dos filhos, fruto do incesto
A princípio Josef sustentou a
ideia de que havia aprisionado Elisabeth para livrá-la das drogas, que ela era
uma criança difícil, mas que não a havia algemado como um animal, dizendo que
sempre foi amável com a segunda família que manteve encarcerada.
No dia seguinte, porém, ele
decidiu se declarar culpado de todas as acusações depois de ver as 11 horas de
depoimento da sua filha Elisabeth, gravado em vídeo e exibido numa sessão a
portas fechadas. Também admitiu ter queimado o corpo da criança que morreu logo
após o nascimento.
Quando questionado sobre o motivo
pelo qual resolveu que três das crianças viveriam no piso superior, Josef disse
que as crianças “adoeciam e choravam
demais pro meu gosto” no esconderijo e tinha medo que os ruídos e gritos
levassem a sua descoberta.
Josef pediu perdão pelos crimes
que cometeu contra a filha. Perante a afirmação da juíza de que teve 66 horas
para levar o recém-nascido ao hospital, Fritzl disse que "deveria ter feito algo". "Simplesmente não me dei
conta. Pensava que o menino ia sobreviver".
No dia 19 de março de 2009, austríaco
Josef Fritzl, aos 73 anos, foi considerado culpado de todas as acusações por um
tribunal da cidade de Sankt Pölten, segundo decisão unânime dos oito
integrantes do júri.
Ele foi condenado pelos crimes de estupro, incesto, coação grave, privação de liberdade e homicídio por negligência (omissão de socorro) à prisão perpétua -pena máxima na Áustria- e ainda a passar por um tratamento psiquiátrico.
Ele foi condenado pelos crimes de estupro, incesto, coação grave, privação de liberdade e homicídio por negligência (omissão de socorro) à prisão perpétua -pena máxima na Áustria- e ainda a passar por um tratamento psiquiátrico.
Boneco em frente ao tribunal Sankt Pölten, pede mais proteção as crianças
"Não se trata de um doente, pois se fosse doente não teria
conseguido imaginar e realizar planos tão sofisticados", afirmou o
psiquiatra e especialista forense Reinhard Haller, descrevendo Josef Fritzl
como um "déspota que aterrorizou várias gerações de sua família".
Ao ser questionado pelo juiz se
ele aceitava e entendia a sentença a qual ele não poderia apelas, Josef disse: “Aceito a sentença!”.
Fritzl foi levado a um centro
para uma cela junto com outro preso, cuja identidade não foi revelada. A
direção do centro e os psicólogos não consideram que, por enquanto, seja
necessário colocá-lo em uma cela individual. Além disso, o responsável da
penitenciária estava realizando trabalhos de prevenção de suicídio.
Franz Cutka, porta-voz do
tribunal, disse que Fritzl pode ter direito a liberdade condicional depois de
15 anos, em 2024, quando terá 88 anos de idade.
Primeiro, ele terá de ter uma aprovação de psiquiatras. Ele será
submetido a avaliações anuais para saber se continua oferecendo risco às demais
pessoas. Se for considerado que sim, ele será transferido a uma prisão comum,
onde cumpriria o resto da pena.
Em Novembro de 2010, segundo
jornal britânico Telegraph, Josef recebeu
autorização para a construção de uma garagem subterrânea, a 450m da casa onde
morava. A solicitação havia sido feita em 2006, dois anos antes de seus crimes
serem descobertos. Ele acabou declarando falência pouco antes de ser condenado
à prisão perpétua.
Depois de condenado, Josef
manteve os trâmites para a obra por meio de seu advogado de defesa. A autorização
foi concedida para insatisfação dos moradores próximos que entraram na Justiça
para tentar impedir a construção. Algumas fontes dizem que Elisabeth também
havia se sentido incomodada com o fato.
Durante um tempo a casa dos
Fritzl foi incluída no itinerário de um autocarro de turismo, atraindo vários
curiosos e dezenas de jornalistas.
Curioso fotografam a casa dos Fritzl
Um dístico na vedação do jardim
sintetiza a pavorosa dúvida: “WARUM? Hat es keiner gemerkt?”.
PORQUE? Será que ninguém repagou?
Em Janeiro de 2011, segundo
relatos da imprensa austríaca, o prefeito da cidade anunciou que a casa seria
demolida, por não conseguir atrair moradores. Posteriormente foi decidido que a
casa será remodelada e transformada em moradia com fim social, um conjunto
habitacional para pessoas de baixa renda.
O Governo da Áustria pretende
enterrar o episódio, encerrando para sempre esta página. Providenciou inclusive
a destruição de manuscritos que Joseph Fritzl redigia na cadeia com a intenção
de escrever um livro sobre o crime.
Em uma entrevista na prisão, Josef
disse que nunca recebeu visitas da esposa ou de qualquer de seus 13 filhos. Ele
culpou as autoridades por esse fato. Disse que escreveu oito vezes para a
mulher, mas ela nunca o respondeu. Mesmo assim tinha certeza de que Rosemarie
ainda o ama.
Ao jornal alemão Bild, ele disse que sonha com a
liberdade e que quer, no futuro, cuidar da esposa. "Gostaria de, algum dia, cuidar de minha esposa porque ela sempre
foi fiel a mim".
Na entrevista, ele ainda descreve
detalhes de sua rotina, como suas plantações de tomates e pimentões e o hábito
de assistir programas de comédia na TV. Ele é vigiado por dois guardas, pra sua
própria proteção, devido a natureza de seus crimes.
Josef na Prisão
Em suas entrevistas, Josef não demonstra arrependimento ou remorso por seus crimes, pelo contrário, se mostrou arrogante, uma de suas marcas registradas.
Em Outubro de 2012, a revista
austríaca News, afirma que, após 55
anos de união, Josef se divorciou de sua mulher porque ela nunca o foi visitar
na prisão e também nunca respondeu às cartas por ele escritas. Essa decisão
tira da mulher o direito a parte da aposentadoria de Josef.
UMA NOVA VIDA PARA ELISABETH
Elisabeth e os seis filhos vivem
agora em um local secreto sob nova identidade. Eles receberam terapia, mas não
há relatos oficias sobre o atual estado de saúde.
Durante o tratamento, Elizabeth e
seus filhos sofreram constantes flash backs de seu martírio, composto de severo
domínio, surras, perversões sexuais, infestações de ratos, frio intenso, calor
sufocante, fome e o medo diário de ser largada para sempre no porão para morrer
sozinha com seus filhos. Por um bom tempo, Elisabeth e os filhos mais velhos só
conseguiam dormir em quartos com as portas totalmente abertas.
Elisabeth decidiu se manter
afastada da opinião pública e tarefa não foi fácil. Após vir à tona o caso de
incesto e estupro, a mulher se refugiou em uma clínica com seus seis filhos. Lá,
suportou o primeiro assédio da imprensa e agradeceu, a partir de um cartaz,
pelo interesse da opinião pública e as mostras de solidariedade que chegaram de
todo o mundo.
As mensagens manuscritas, colocadas
dentro de palmas de mão desenhadas, são acompanhadas por palavras de agradecimento
pelas manifestações de compaixão e simpatia procedentes do mundo inteiro.
Cartaz feito por Elisabeth Fritzl
"Desejo a recuperação de minha filha Kerstin, o amor de meus
filhos, a proteção da família.", escreveu. Mas esse foi seu único
contato com o mundo. Elisabeth não deu entrevista, não tirou fotos, nem fez
qualquer tipo de contato com a imprensa.
Com o passar do tempo soube-se
que Elisabeth conseguiu permissão para dirigir e iniciou um relacionamento
amoroso com seu guarda-costas. Aparentemente sua vida começa a se tornar
normal.
Em fevereiro, o tabloide
britânico The Sun conseguiu uma foto
de Elisabeth passeando com a filha. O periódico distorceu o rosto e a imprensa
austríaca reproduziu a foto ocultando a cara das duas mulheres.
Elisabeth é a senhora loira
Elisabeth passeando ao lado da filha
A família de Elisabeth, que mudou
de nome e foi viver em outra região do país, conseguiu assim, por enquanto,
manter mais ou menos em segredo sua intimidade.
LIVRO: A Casa dos Horrores
A terrível verdade sobre a história de Josef Fritzl
A terrível verdade sobre a história de Josef Fritzl
O livro escrito por Nigel
Cowthorne foi o resultado de uma pesquisa com base em recortes de jornal e
entrevistas televisivas.
Capa do Livro
Sinopse
O curioso é que Nigel Cowthorne é
mais conhecido por seus livros sobre sexo. Questionado sobre o motivo pelo qual
resolveu escrever sobre o caso, Nigel disse que escrevia por dinheiro.
.~.~.~.~.~.~.~.~.~.
muito estranho todo esse caso...a mãe da vítima, Rosemeri, durante todo esse tempo, não percebeu nada, nadinha??? Quando o monstro viajava, quem é que providenciava a comida para Elizabeth e os filhos-netos?? desde que soube desse caso, sempre desconfiei da participação da esposa..impossível ela não ter percebido nada de estranho nesses 24 anos...o monstro tinha que comprar roupas e alimentos para os filhos-netos, como é que a mulher não questionou isso e tantas outras coisas??? a filha desapareceu e ela não deu queixa, não tentou saber onde a filha estava, nem os irmãos de Elizabeth questionaram esse suposto desaparecimento???
ResponderExcluirLi em outro site que quando ele viajava ele deixava comida estocada. Ele obrigou a filha a escrever cartas para a mãe (e consequentemente para a polícia) dizendo que havia fugido e entrado para uma seita religiosa. Como ela já tinha 18 anos não podiam intervir. E sobre as roupas e comidas ele comprava em outra cidade justamente para não ser visto ou questionado.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirDe tudo que li, pesquisei e assisti uma das coisas que me chamam muita atenção é que vc não vê nenhum tipo de envolvimento dos irmãos de Elisabeth, irmãos sempre sabe o queacontece com os outros nesse tipo de assunto.
ExcluirÉ exatamente o que eu penso. No começo achava que ela era filha única. Aí descobri que tinha irmãos. Como nenhum irmão não percebeu nada????
ExcluirMas ele abusava dela desde os 11 anos...e só a aprisionou aos 18 anos, então não tem como sua mãe não ter percebido nada, antes dela ser presa no porão, a mãe de Elisabeth já tinha perdoado ele antes por um estupro no início do seu casamento, então sim ela sabia dos abusos sim com sua filha, mas sempre foi tão cega de amor por ele e nunca quis encarar a realidade, se tivesse feito o certo sua filha não teria perdido 24 anos da sua vida desse jeito!
ResponderExcluirNotei o mesmo tipo de frieza no caso kampush, creio que essa impressão de (historia mal contada) em relação a mãe e aos irmãos que nós brasileiros temos ao ver a (negligência) deles. Seja pelo fato de sermos mais calorosos e próximos de fato de quem amamos. Para ter uma noção do quanto nesses paises as pessoas são frias, no caso kampush no dia em que fugiu ela entrou na varanda de uma vizinha usando apenas calcinha bateu na janela pedindo ajuda explicou quem era, e a resposta da senhora ao vela sem se quer abrir a janela apenas disse. "fique ao lado da casa enquanto ligo para a policia, e por favor não pise na grama" WTF??? Como em uma situação dessa um humano normal tem uma atitude assim? Eles são estranhos demais.
ExcluirTambém achei estranho a família, mãe e irmãos não perceber nada. Por exemplo eu ia querer onde está minha irmã. Ia perceber meu pai mexendo no porão , e ninguém da família quiz falar parece que só uma tia.
ResponderExcluirRosemarie não sabia de nada mesmo!!! A perícia criminal austríaca comprovou que a mãe de Elisabeth não tinha conhecimento da passagem secreta de acesso ao porão. Pois fez investigações detalhadas no porão e encontrou lá dentro somente os DNAs de Josef, Elisabeth e dos filhos dela. Josef era tirânico, autoritário e não aceitava ser contrariado. Devido a tudo isso ele mantinha controle sobre Rosemarie, vedava o acesso dela e demais pessoas até a entrada do porão onde ele realizava serviços de bricolagens para "fazer uma média" e ela pensava que o que o marido fazia lá na entrada do porão era apenas uma de suas excentricidades. Aqui no Brasil, nós temos o costume de pensar que todo mundo deve saber de tudo o que se passa nas vidas dos outros, dentro e fora de casa, e quanto a pessoas como a mãe de Elisabeth, ela devia sim estar ciente do que o marido fazia (isso pela nossa ótica brasileira). Mas quem já viajou para a Áustria e já conviveu com o povo de lá sabe muito bem como é a sociologia e o jeito de ser da gente daquele país. O individualismo impera fortemente ali e por aquele ser um país europeu desenvolvido e de cultura materialista, ninguém procura se preocupar com a vida de ninguém. Socialmente falando, diferente do jeito brasilero de ser, o jeito austríaco é... digamos... tremendamente "gelado" no trato cotidiano, ou seja, dia a dia viva cada um no seu quadrado! Foi aí que Josef Flitzl encontrou uma maneira de se livrar das investigações e manter seu crime em segredo, até mesmo de sua ingênua esposa, que ficou em estado de choque e inconsolável no dia que o marido foi preso e Elisabeth reapareceu. Foi exatamente por isso que Rosemarie, os irmãos de Elisabeth, os inquilinos da Casa dos Horrores e todos os vizinhos da rua e moradores do bairro e da cidade se perguntaram horrorizados quando a tragédia foi descoberta: "Como pudemos ser tão destraídos e idiotas esse tempo inteiro?" O que aconteceu com Elisabeth Flitzl mostra que, não somente os austríacos, mas também todos os europeus dos países vizinhos tem que aprender a se sociabilizar melhor e deixarem de ser tão introvertidos socialmente! E fim de papo...
ResponderExcluirDefinitivamente o melhor comentário.
ExcluirMelhor comentário.
ResponderExcluirParabéns pelo comentário Glauber Rocha.
ResponderExcluirEu acredito sim que seja totalmente possível as pessoas ao redor não saberem de nada, e quanto aos outros comentários: pessoal, o monstro era o Josef, imagina o quanto Rosemarie e até mesmo os outros filhos do casal devem ter sofrido ao descobrir tudo, não é legal julgar Rosemarie, pois com certeza ela ja deve sofrer em demasia por conta do seu autojulgamento.
Vucvyybyn
ResponderExcluirOlá! A última foto do porão está errada, é de outro caso de sequestro.
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